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24 janeiro 2018

{Resenha} ~ Ascos - Anderson Mileib ~

Heeey,  seus lindos!
Tudo bem aí? Animados para mais uma semana?
Eu estou. Folga na segunda-feira/terça sempre me deixa animadinha, hihi!

Vim para falar de um livro escrito por um autor nacional, o Anderson Mileib. O Anderson é da terra do pão de queijo, da cidade de Divinópolis, e tem a escrita como uma parceira de vida há mais de uma década. É graduado em psicologia e busca abordar temas e sentimentos muitas vezes controversos com o intuito de mexer com o leitor. De certa forma ele mexeu comigo, mas não sei se foi bem da maneira que ele pretendia.


Skoob
Quando li: Janeiro, 2018.
Título: Ascos
Autor(a): Anderson Mileib
Editora: Kazuá
Páginas: 117
Avaliação: 
Onde comprar? Facebook - Página pessoal do Autor

Asco: nojo, náusea, repulsão. É uma expressão usada para fazer referência àquilo que causa repugnância, aversão. Repugnância natural direcionada ao que é excessivamente hediondo.

A escolha do nome do livro não foi um mero acaso, disso vocês podem ter certeza, pipows. Ele causa tudo isso e mais um pouco! Mas vamos por partes.

Ascos é dividido em 5 contos. Cada um deles é narrado por desconhecidos que se encontram em um bar de beira de estrada e que após algumas (muitas) doses, resolvem compartilhar algumas experiências um tanto quanto incômodas. Incômodas para quem conta e, principalmente, para quem escuta. O que eles têm em comum é o gosto pelo álcool, por aquela taverna em especial e histórias de vida que, sem dúvidas, são bem pesadas.

O primeiro conto é narrado por Macalister. Ele conta a história de um hotel mal assombrado em um pequeno vilarejo. Ele esteve neste hotel em uma de suas viagens, e conta o quão impressionado ficou com os acontecimentos, bem como o quanto essa experiência o mudou para sempre.

Durante a leitura deste conto eu achei tudo muito "mais do mesmo". Não havia nada de surpreendente na narrativa, e confesso que fui arrastando a leitura para saber se o final seria aquilo de sempre. Fui surpreendida. O final também foi sim aquilo de sempre (foi preciso ser repetitiva), mas a surpresa foi que, ao meu ver, a intenção do autor ali não era assustar ou nos fornecer uma estória nova, e sim, nos ensinar algo. A experiência vivida naquele hotel trouxe auto-conhecimento a Macalister, fez com que ele fizesse uma viagem para dentro de si e encontrasse o pivô de tantos dos seus problemas: os fantasmas criados por ele mesmo. E essa foi a surpresa. A moral da história, não a história em si.

"[...] E a verdade era bem simples: não havia nada. Passei toda a minha vida procurando respostas e justificativas, caçando fantasmas de pessoas que jamais existiram, e no final das contas, eram sempre os mesmos medos irracionais que me assombravam constantemente, eu os havia criado, eu era o meu pior fantasma."

Isaac, narrador do segundo conto, brinda-nos com a história de uma maldição que assolou a vila em que ele vivia feliz com sua esposa e com a comunidade dali. De repente o gado começou a morrer, a plantação foi minguando dia após dia. Todos viviam da terra, por isso o desespero foi geral. Um grupo resolveu sair em busca de respostas e ajuda, e essa busca acabou muito mal. Ao que tudo indica, a tal maldição os acompanhou, pois quando eles resolveram pernoitar em um fazenda abandonada, tudo continuou "desandando". Eles logo perceberam que não havia comida e que a casa estava cercada por lobos. Para ajudar, o tempo estava cruel. Fazia muito frio e a neve alta os impossibilitava de abandonar o lugar.

As medidas tomadas pelas pessoas ali confinadas são deveras chocantes, mas não foi isso que me deixou confusa e desgostosa com o conto, e sim o fato de a tal maldição nunca ter sido explicada. Tá, eu entendo que nem tudo precisa ser explicado e que alguns autores gostam de deixar esse tipo de ponta solta para que o desenrolar da história fique à cargo da imaginação do leitor, mas se essa foi a intenção aqui, não curti. Achei tudo muito sem propósito, as justificativas para os atos cometidos também foram, e o final foi bem piegas. Tudo girava em torno de somente uma coisa, e isso deixou o conto lento e cansativo.

"Não vou mentir para vocês, senhores. Se isto não tivesse ocorrido, talvez nós tivéssemos morrido na casa ou serviríamos de comida para aqueles malditos lobos."

Será?

Kevin é o próximo a contar sua aventura. A aventura de um jovem curioso que queria confirmar alguns de seus estudos e teorias. Para tanto, ele precisa conviver com um assassino. Ele queria entender o que se passava na mente de um homem como este, queria saber se um assassino já nasce assassino ou se ele se torna um com o tempo, se as circunstâncias da vida influenciam de alguma forma os seus atos.

Quem nos acompanha há muito tempo conhece uma frase que eu sempre falo quando resenho uma fantasia, terror ou suspense: para que eu possa gostar de verdade do que está escrito ali, é preciso me convencer de que mesmo sendo uma ficção, aquilo ali realmente pode acontecer. E, infelizmente, o autor não me convence. Primeiro por ter caído em contradição tantas vezes durante a narrativa. Segundo por ter escolhido mal as situações. Algumas coisas chegaram a soar estapafúrdias, sabe? Mas o final não foi tão ruim assim. Não foi ruim, mas isso não quer dizer que ele tenha salvado o restante do que foi narrado.

"[...] o ser humano é cruel por natureza. Do contrário, leis para punir assassinos seriam desnecessárias."

Mais uma vez eu pergunto.... Será?

Alphonse conta algo sobre um tempo em que ele era um jovem escritor sonhador. Seus textos eram promissores, e a vida acaba colocando Fabian em seu caminho. Eles tinham uma paixão em comum: o teatro. Alphonse escreve um texto ousado, com falas bem armadas e um duelo sangrento no final. Fabian seria sua estrela. Eles logo alcançam a fama e a peça fica conhecida como o Teatro dos Horrores. E não é para menos! A peça deixa um rastro de desaparecimentos e mortes a cada cidade em que passa, e depois de algum tempo, o motivo do sucesso e do "nome" pelo qual eles são conhecidos acaba vindo à tona.

Esse conto foi bem bizarro e surreal, mas até que me deixou envolvida. Como sabemos que às vezes as pessoas fazem loucuras pela fama e pela arte, eu acabei achando-o mais crível, até bem estruturado. O final não foi lá grandes coisas, mas também não foi tão ruim a ponto de melar o restante da estória.

"[...] O que nós fizemos foi mostrar a todos eles o que queriam ver, porém todos têm medo e vergonha de aceitar, ficaram horrorizados quando contemplaram a verdade, mas ainda assim, admiraram profundamente."

O quinto conto está mais para o desenrolar de um dos contos anteriores do que um conto propriamente dito (quantas vezes eu falei a palavra CONTO? Sorry, foi inevitável). Um de nossos narradores tem sempre uma carta em seu bolso, e nesse conto (de novo!) conhecemos o seu conteúdo. Foi bom ver o lado humano desse personagem no fim das contas.

O livro tem uma diagramação linda e super caprichada. A editora acertou super! Mas nem tudo são flores. Encontrei muitos erros de concordância e digitação, e tudo isso acabou prejudicando muito a minha leitura. O autor me avisou sobre determinado erro do livro e fui de coração aberto achando que era somente aquilo, mas me enganei. Algumas passagens ficaram muito confusas por conta dessa gafe em relação à concordância, tanto que às vezes era preciso ler mais de uma vez.

De modo geral, o livro foi bom, mesmo com todas as ressalvas feitas. Parafraseando a Bia, acho que o autor se preocupou mais em assustar e chocar do que em envolver o leitor.



35 comentários:

  1. Oii Fabi!!
    Amei esses contos, sou apaixonada por contos e este com toda ctz não poderá ficar de fora dos meus desejados! De jeito nenhum!!!
    Adorei!
    Bjs!

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  2. Quando li a sinopse me interessei, porém, ao ler sua resenha, pude perceber que não será um livro muito bom! É aquele livro que se você ganhar, obviamente, não vai recusar, mas se for para comprar, por vontade própria, nunca lerá! Mas, apesar disso, fiquei um pouco curiosa, como nos últimos dois contos, que parecem ser os melhores do livro!

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    1. Acho que pode ser que vc acabe se envolvendo com a trama, afinal, gostou da sinopse, né? Vai que rola? Rs.
      Pra mim, infelizmente, não funcionou muito bem. Os dois últimos contos realmente são os mais envolventes!

      Beijocas

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  3. Como não conhecia o livro,já vou é colocar na lista de desejados. Um ponto positivo: Amo contos!
    Dois pontos positivos: Amo contos que procuram trazer histórias assim, com suspense, terror...e até? Asco!
    Aliás, amo esta palavra..rs
    Beijo

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    1. Essa palavra é bem bacana mesmo, né? Pequenininha e cheia de significados!
      Espero que goste, viu!

      Beijocas

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  4. Ooi, não leio muitos contos, mas o que mais me chamou atenção foi o de Alphonse, parece ser bem interessante.
    Que pena que você achou tanto erros.
    Bjs

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    1. Realmente esse foi um dos mais envolventes, Lynn!
      E agora que tenho me aventurados nos contos... raramente leio algo do gênero. Só abro exceções para Poe, rs!


      Beijocas

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  5. Então Fabi, nada me interessou nessa obra, não gosto tanto assim de contos, não gostei da capa (desculpa), e o terror e suspense não parecem funcionar como deveriam e eu que já não sou fã desse gênero, terror/suspense, não me vi lendo essa obra. Contudo foi bom conhecer a obra através da resenha e acho que quem curte o gênero pode gostar e acho que o autor pode até ficar atento a algumas coisas que você citou pra melhorar ainda mais nas obras futuras ;)

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    1. Eu também espero que o autor fique atento a algumas coisas que mencionei, Lili!
      Quem sabe, né? Rsrs

      Beijocas

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  6. Olá !
    Eu gosto de ler contos durante a agitação da semana mas esse livro não me agradou não.
    Gosto de livros envolventes e viciantes! !


    Bjo

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    1. Mich, infelizmente, esse livro não tem nada disso, o que é uma pena, rs!

      Beijocas

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  7. Uma pena realmente este detalhe que mencionou sobre erros... Não curto muito a leitura de contos, pois gosto de aprofundamento das historias.

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    1. Também gosto de histórias mais aprofundadas, Mi, mas confesso que alguns contos conseguem ganhar meu coração! Infelizmente, não foi o caso de nenhum desses...

      Beijocas

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  8. Gosto de conhecer novos livros e autores nacionais, não conhecia este livro nem o autor Anderson Mileib. Gosto de contos, e achei legal este livro ser dividido em cinco contos.
    Uma pena os erros de concordância e digitação encontrados por você, terem acabado prejudicando sua leitura. Pela sua resenha fiquei interessada em ler este livro, então quem sabe futuramente eu leia Ascos.

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    1. Espero que leia, Mari! Quem sabe até lá uma nova edição tenha sido lançada e os erros tenham sido corrigidos? ;)

      Beijocas

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  9. Gosto de ler livros de contos, porém tem que me surpreender, pois ler contos que não tem um andamento muito bom, já me deixa entediada. É ruim quando lemos algo que já é previsível, ou que não tem muito sentido no final.

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    1. Verdade, Ka! É bem chato quando a leitura não nos envole... mas estamos sujeitos a isso, né?

      Beijocas

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  10. Oi! Que tal?,
    Gostei dá entrada, foi ótimo.
    Acabei para seguir seu blog, você me seguiria de volta?...

    Um abraço.

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    1. Ei, Laura! Tudo bem, obrigada, e vc?
      Então, adoraria lhe fazer uma visita, mas não encontrei o seu blog na nossa lista de seguidores e vc não deixou o link aqui...
      Quando passar por aqui de novo, deixa o link que terei o maior prazer em visitar seu cantinho! ;)

      Beijocas

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  11. Oi Fabi, não conhecia esse escritor e que homem lindo hahaha, amo ler livro nacionais. Pela sua resenha o livro parece ser bem diferente do que eu costumo ler mas me chamou a atenção, fiquei curiosa pra saber o que se passa nessas historia deles tipo que maldição é essa da vila do Isacc e que medidas essas pessoas tomaram. A capa é bem diferente e que pena que teve esses erros de concordância e digitação isso atrapalha muito a leitura, mas vou dar uma chance até porque é um livro nacional né, obrigada pela dica bjs.

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    1. Oi, Fê!
      Espero que o Anderson veja seu comentário, hahahah! Ele vai ficar feliz da vida, rs!
      Livros nacionais têm ganhado cada vez mais espaço no meu coração, viu. Tô gostando cada dia mais.

      Beijocas

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  12. Oi Fabi :)
    Ah, lendo suas resenhas dos contos percebi que nenhum me agradou, além das pontas soltas que você citou, os enredos não me chamaram atenção, achei meio repetitivo de histórias que já li.
    Erros de concordância atrapalham mesmo a leitura, pena que a editora deixou passar esse ponto que faz toda diferença.
    Bjs

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  13. Oi Fabi
    Eu confesso que não fiquei nenhum pouco interessada no livro. Eu já não sou fã de livros de contos, e nenhum desses contos me chamaram a atenção. Acho que eu não iria gostar do livro :(

    Beijos!

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  14. Eu não gosto muito dessa quebra de expectativas que rola durante o livro você vai achando que vai acontecer alguma coisa e Acontece uma coisa que você não esperava mas que não é bom eu não vou ler esse livro porque eu não me conectei com a história não me sentia atraída na sinopse mas se eu puder te indicar um livro eu indicaria o livro o vilarejo Raphael Montes o livro tem umas cento e poucas páginas mas boa parte dele é com ilustrações dos Contos que são um ponto para cada Pecado Capital e detalhe que o autor e Nacional

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  15. Oi Fabiola
    Eu gosto bastante de livros de contos, mas confesso que nenhum desses contos me chamaram a atenção, e eu acho que não gostaria muito deles.
    E também é uma pena que o livro tenha bastante erro de concordância, eu acho que isso é o que mais me incomodaria no livro. Espero que o autor melhore isso nos próximos livros...
    Bjss ^^

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  16. Este comentário foi removido pelo autor.

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  17. Primeiramente eu não gostei da capa, sorry.
    Não sou muito fã de contos e não sou muito familiarizada com terror, então definitivamente não é meu tipo de livro. Uma pena esses erros no livro, só quem é leitor de verdade entende como esse tipo de coisa incomoda e até mesmo atrapalha a leitura.

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  18. Olá!
    Eu não sou muito de ler contos, mas o que li me agradaram muito. Eu fiquei curiosa por esse, tem uma premissa muito boa e que cada um com história intrigante.

    Meu blog:
    Tempos Literários

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  19. Oi Fabiola! Eu costumo adorar contos, mas esses não me atraíram muito, e olha que eu gosto de terror. Mas não vejo muito sentido em construir uma história APENAS para causar desconforto, nojo, medo. A história tem que se sustentar, tem que ser boa por si só. O choque, apenas, não agrega muita coisa se não faz sentido, se a narrativa é rasa, e parece que esse é o caso.
    Beijos.

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  20. Oi, Fabíola.

    Eu fiquei pensando aqui... Será que essas histórias contadas, são verdadeiras? Por ter esse toque de suspense e serem contadas por pessoas visivelmente alcoolizadas, essas histórias e comuns, poderia ser frutos da imaginação...

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  21. Hello,
    Eu não sou fã de terror, e é claro que não pretendo ler o livro, pena que ele não foi como o esperado , e como dito ali no final o autor se preocupou mais em assustar do que envolver o leitor.
    Beijos *-*

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  22. Tem muito tempo que não leio um conto. Sinceramente não gostei muito da capa, mas os contos arriscaria em ler havendo uma oportunidade no futuro.

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  23. Fabíola!
    Gosto muito de conhecer novos autores nacionais e sua obra, esse ainda não conhecia.
    Gosto de livros de contos, terror, fantasia, mas é bem como falou, tem de convencer, a história ter de se bem crível para que possamos acreditar e ficarmos tenos ao ler...
    Desejo um final de semana esplendoroso e um mês mais que abençoado!!
    “Acredite em si próprio e chegará um dia em que os outros não terão outra escolha senão acreditar com você.” (Cynthia Kersey)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA FEVEREIRO: 3 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!

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